
Às vezes, nós esquecemos que nossos filhos podem ter os mesmos comportamentos que nós em determinadas situações. As Universidades do Texas, de Michigan e do Leste do Michigan realizaram uma pesquisa que revelou que os sentimentos podem influenciar as escolhas alimentares das crianças. Fome emocional: Soa familiar para você? Quantas vezes recorremos à comida para aliviar nossas frustrações, ansiedades ou para causar algum tipo de conforto?
Fome Emocional: As crianças também buscam prazer ao comer
Os pesquisadores chegaram a essa conclusão oferecendo quatro tipos de snacks a 91 crianças, na faixa etária entre 4 e 9 anos de idade. As crianças foram separadas em grupos e assistiram a diferentes cenas da animação Rei Leão. Ao final da exibição, os especialistas notaram que o tipo de clipe assistido influenciou diretamente as escolhas alimentares das crianças. A pesquisa ainda mostrou que, quanto mais velha a criança, maiores as chances de sua alimentação ser influenciada pelos sentimentos.
Crianças que têm alimentação saudável são mais felizes
Os grupos que comeram mais chocolate foram justamente os que assistiram a cenas tristes ou felizes. Enquanto isso, os que acompanharam trechos neutros preferiram biscoitos salgados. Mas por que as crianças tendem a preferir comidas mais calóricas quando são estimuladas emocionalmente? A nutróloga Liliane Oppermann explica que isso se deve a uma questão fisiológica: “Esses alimentos estimulam a liberação de neurotransmissores, como a serotonina, que ativam áreas do cérebro relacionadas ao prazer. Além de suprir a necessidade de nutrientes, algumas comidas também podem trazer sensação de recompensa”.
Porém, como o próprio nome diz, a “fome emocional” não pode ser explicada apenas pela biologia. Para Rita Calegari, psicóloga da Rede de Hospitais São Camilo (SP), a alimentação impulsionada por emoções também está relacionada a fatores culturais. “Desde muito pequenos, somos ensinados que o ato de comer é prazeroso. A amamentação, por exemplo, é sinônimo de proteção e aconchego. Por isso é natural que as crianças também usem a comida como meio de buscar conforto”.
Como minimizar os efeitos da fome emocional
Confira as dicas das especialistas para que seu filho desenvolva uma relação saudável com a comida:
1. Dê o exemplo
A consciência alimentar começa com o exemplo dos pais. “Não podemos pensar que ao mudar a alimentação das crianças, o problema estará resolvido. Quando falamos em comer bem, vale a comparação com as máscaras de oxigênio dos aviões: precisamos primeiro nos proteger, para depois ajudar as crianças”, explica a nutróloga Liliane Oppermann.
2. Não compare os hábitos alimentares do seu filho aos de outras crianças
Se você tem mais de um filho, saiba que a relação que eles têm com a comida não será igual. Por isso, não faça comparações entre as crianças. As carências e as necessidades de cada uma precisam ser analisadas individualmente.
3. Não use a comida como moeda de troca
É comum que durante a infância os pais usem certos alimentos para “premiar” bons comportamentos. Essa forma de compensação pode ser um problema. Quando isso se torna um hábito, a saúde é afetada e distúrbios como a obesidade podem aparecer. Lembre-se sempre: a comida não deve ser sinônimo de recompensa emocional, ela serve apenas para matar a fome.
4. Explique a diferença entre desejo e necessidade
Para um adulto, é fácil perceber quando a fome têm origem emocional. No caso das crianças, a lógica não é tão simples assim. “Precisamos explicar que necessidade e desejo são coisas bem diferentes. A necessidade é um pedido do corpo por comida, enquanto o desejo é um luxo que traz sensação de contentamento”, confirma a psicóloga Rita Calegari.
Na clínica, prezamos pela saúde e bem-estar de nossas crianças. Nós procuramos orientar pais e mães quanto a oferecer uma alimentação rica em nutrientes e vitaminas, mas também aconselhamos a manter o equilíbrio entre as regras e as exceções.
Fonte de pesquisa: Revista Crescer
Chefiada pela doutor Joseph El-mann, graduado em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a clínica especializada em pediatria e neonatologia, Joseph El-mann, oferece diversos serviços ligados à pediatria e neonatologia. Entre em contato e agende sua consulta.
Veja também:
Você tem justificado ou responsabilizado o seu filho quando o assunto são os erros dele? Independente de um pedido de desculpa acompanhad...
Você já voltou com um carrapato grudado em você após um passeio em algum lugar de mata? Saiba que o carrapato pode transmitir doenças e deve ser retir...
Ajudar as crianças a entender e lidar com a depressão dos pais Falar sobre uma doença comum - aquelas que não tem cunho mental é, teoricamente, um ...